por Márcia Rossana
O Forró, ritmo nordestino, expressão cultural de nossa gente, está em processo de Registro pelo IPHAN como patrimônio cultural brasileiro.
Segundo a historiadora Ana Paula Brito no Dossiê para Registro do Forró como patrimônio cultural imaterial brasileiro, o Forró é compreendido não apenas como um ritmo musical, mas como uma expressão cultural de camadas significativas das populações presentes em diversas localidades do Brasil. O Forró une os instrumentos, a música, o ritmo, a dança, as vestes, o lugar, e a vida de um povo que transparece, nessa manifestação, sua cultura, suas crenças, seus sofrimentos e esperanças.
Por volta de 1842, falava-se no Baiana ou Balão, difundido no Nordeste brasileiro fortemente a partir do século XIX e conhecido no Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Bahia, com diversas modalidades coreográficas. O Baiana não era só executado entre o povo, mas nos salões, por ocasião das festas sociais, (balizados, casamentos), ao do Minueto e Cotillon. Inicialmente bem aceito, foi mais tarde considerado lascivo, ficando sua prática limitada às festas em ambientes rústicos e campestres. (GIFFONI, 1964, p. 65). O termo “forró”, provavelmente, é derivado da expressão “forrobodó” que, conforme Luís Câmara Cascudo significa “algazarra”, “festa pra ralé”, “arrasta-pé” (Cascudo, 2001, p. 250).
Essas informações foram adquiridas no processo IPHAN 01450.008052/2011-50 de Registro do Forró como patrimônio cultural imaterial brasileiro, que teve como principal proponente a Associação Cultural Balaio do NE, de João Pessoa-PB. Ainda segundo este dossiê, o Forró está presente nos seguintes estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Sergipe e Distrito Federal.
Esse processo vem sendo amplamente debatido principalmente no movimento Forum do Forró, em diversos estados Brasileiros, inclusive outros estados que não foram colocados no trecho do dossiê citado acima, escrito no momento da solicitação, quando ainda não estava sendo realizado o estudo completo. Mas é sabida a existência e prática desta forma de expressão também nos estados do Espírito Santo e São Paulo. O RN tem como coordenador do movimento Forum do Forró de Raiz no RN, o músico Jarbas do Acordeon. O portal do Patrimônio Potiguar traz nesta publicação, um vídeo que conta a história deste jovem forrozeiro que traz em seu repertório muitas referências do forró de raiz e já fez várias homenagens aos nossos mestres do Forró.
É importante a participação da população nestes fóruns e movimentos que buscam valorizar as matrizes do Forró, para que não se perca esse conteúdo original, de tradição. O patrimônio cultural imaterial está em constante transformação, mas preservar estas raízes contribui para manter vivos os elementos de formação e continuidade do patrimônio, construindo sua salvaguarda.
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